A American Academy for Pediatric Dentistry e a American Dental Association recomendam que a primeira ida ao dentista seja no primeiro ano de vida. Nos também, acreditamos que o caminho esteja na prevenção, no cuidado e controlo de hábitos, assim como no ensino de técnicas de escovagem e higiene oral correctas.
A cárie dentária é a doença crónica mais comum na infância. Em Portugal, a percentagem de crianças até aos 6 anos é de cerca de 50%. Fora a dor que provoca, se não for tratada precocemente pode causar uma infeção que se poderá alargar até aos tecidos moles, causando abcessos, com potencial envolvimento sistémico, podendo chegar em alguns casos a sepsis. A perda prematura dos dentes pode originar problemas na fala e também défices nutritivos por dificuldades na mastigação.
A primeira consulta deverá ter lugar por volta do 1º ano de vida, uma vez que nesta idade começam a erupcionar os 1ºs dentinhos. Esta, constitui uma das consultas mais importantes, se não mesmo a mais importante.
Normalmente nesta primeira visita, a criança apenas conhece o espaço, os instrumentos e o dentista pediátrico. Quando necessário poderemos também realizar algum tipo de exame radiográfico, mas o mais importante é que a criança se sinta confortável e segura e que se estabeleça, nesta primeira experiência, uma relação de empatia e de confiança entre a criança e o odontopediatra. É, portanto, fundamental que esta primeira experiência seja positiva e agradável.
Não devemos adiar e esperar uma situação de urgência, por exemplo uma queda que pode ter repercussões a nível dentário, já que a infância é a fase em que se verificam mais situações de traumatismos dentários, ou até mesmo dor de dentinhos. A ida ao dentista deve tornar-se um hábito que deve ser o mais rotineiro possível, para que desta forma seja mais fácil a criança aprender a lidar com o medo e a comportar-se na consulta.