Turismo médico e publicidade do mito ao preconceito
Hoje vivemos de uma forma completamente diferente do que o faziam os nossos pais e muito mais ainda, os nossos avós. Não nos podemos iludir.
Hoje a vida é mais rápida, o fluxo de informação de dados e de pessoas é exponencialmente maior e com forte tendência a aumentar. Hoje conseguimos ter acesso a informação de forma muito rápida, precisa e segura, executar procedimentos ao alcance de um telemóvel, como fazer transferências bancárias, marcar viagens de avião, de carro, pedir comida de forma cómoda, enfim um conjunto de actividades como criar uma empresa nova numa hora, enquanto que há uns 15 anos atrás demorava semanas e várias visitas para o mesmo procedimento.
Na saúde a tendência é semelhante sem, no entanto, esquecer as devidas aproximações e seguranças que temos sempre de ter quando falamos acerca de pessoas e mais importante do que isso, quando falamos acerca da saúde e bem-estar das pessoas, que é o bem mais precioso que qualquer um almeja ter ou proteger aos seus entes queridos.
Medicina, uma nova era
Temos na Medicina consultas on-line, temos TV-Medicina, reuniões entre médicos por videoconferência, vivemos uma Era da digitalização, da computorização, e os avanços são apresentados a uma velocidade vertiginosa, na prevenção, no diagnóstico, no tratamento, no acompanhamento.
Quando começámos a falar em Portugal do turismo médico, nas últimas duas décadas, ouvimos muito a viagem típica para destinos paradisíacos e com packs de 2 semanas de férias, os turistas aproveitavam e faziam os procedimentos médicos, muito na área da cirurgia plástica e da medicina dentária.
Sucesso vs Insucesso
E em como tudo na vida chegaram até nós relatos de histórias de sucesso e também de histórias de franco insucesso, verdadeiros pesadelos com limitações e desfigurações para os pacientes envolvidos.
Obviamente como em qualquer outra área profissional, existem profissionais mais sérios, nos procedimentos e na obtenção dos curricula que lhes permitem executar os procedimentos em rigor, segurança e qualidade e depois existem os curiosos, os artistas, os habilidosos com encurtamentos estratégicos na aprendizagem, verdadeiros atalhos pela Medicina dentro e capazes de repetir alguns chavões médicos, mas que não chega para poderem exercer de forma nobre, algo tão sério e rigoroso como a Medicina.
Como olhamos para o Turismo Médico?
Nós, classe médica, começámos também por torcer o nariz a estas novas modas que vinham de fora. Onde é que já se viu tratar alguém num curto período de tempo, em poucas consultas e pessoas com moradas longe das nossas clínicas?
O mesmo se dizia em relação à publicidade na Medicina, no nosso caso específico na Medicina Dentária. Recordo-me de sempre ouvir os meus colegas mais velhos e Professores da Faculdade a comentarem:
- Se eu me ponho a fazer publicidade, parece que ando aflito sem pacientes e o que dirão os colegas e mesmo os pacientes?
E o que temos a dizer em relação à publicidade na medicina dentária?
Em relação à publicidade, nós médicos dentistas e também para que o grande público que nos acompanha e nos vai motivando a querermos ser melhores todos os dias da nossa profissão tenha uma ideia aproximada, estamos debaixo de uma legislação, do código deontológico da Ordem dos Médicos Dentistas que nos acompanha, legisla, e nos dá as regras para que possamos publicitar os nossos serviços, mas sempre de forma a jamais ferir os nossos colegas, para que possamos sempre conviver de forma cordial, unidos pelo espírito da ciência, pela busca de tratamentos inovadores, de materiais melhores, e num espírito de entreajuda entre pares.
Nós Equipa Cero, já pedimos ajuda, já ajudámos, já trabalhámos em conjunto com outras equipas e colegas, o que é normal numa profissão tão especifica e exigente como a nossa.
Porque publicitamos os nossos tratamentos?
Quando publicitamos os nossos serviços, as nossas instalações, os nossos próprios curricula, até mostramos os rostos de toda a nossa Equipa, é para que os nossos pacientes, os nossos futuros clientes nos possam conhecer, possam conhecer os nossos serviços, as nossas instalações, para que quem nos visita pela primeira vez já se sinta um pouco como parte desta grande Família que é o CERO.
E nas consultas mostramos vários casos de outros pacientes que já fizemos, para que cada paciente se possa identificar com as diferentes possibilidades de tratamento e para que também possa ver e comprovar que sabemos fazer aquilo a que nos propomos. Não construímos apenas castelos nas nuvens…
Uma outra razão para publicitarmos aquilo que fazemos, deve-se ao facto de gostarmos que quem nos segue, por exemplo nas redes sociais, percebam muito antes de decidirem visitar-nos, se aquele tipo de tratamento poderá ou não ir de encontro às suas próprias expectativas.
Não nos devemos esquecer que vivemos numa sociedade cada vez mais informada e mais preparada para discutir as soluções, fazer parte integrada do processo de decisão. Na nossa Equipa, os clínicos e os pacientes, fazem parte da mesma solução. Somos colaboradores a um mesmo nível de decisão.
Aquela visão paternalista de antigamente do médico que tratava o paciente quase que de forma impessoal, ou por “filho ou filha” e tratava mesmo os mais velhos por “tu”, utilizando uma despersonalização do paciente já está completamente arrumada nas gavetas empoeiradas de outros tempos.
Temos também o dever de mostrar as nossas instalações com as nossas visitas virtuais do Google para que o paciente possa ver o tipo de ambiente onde irá ser tratado, mesmo antes de se deslocar às Clínicas, reduzindo desta forma índices de stress e ansiedade, chegando a um ambiente mais familiar.
Em busca da tranquilidade que a excelência alberga
Estamos muito tranquilos com o nosso trabalho desenvolvido, fazemos aquilo que gostamos, fazemos aquilo para que fomos preparados e treinados, para que o seu tratamento esteja dentro de margens de segurança e previsibilidade enormes, estamos perfeitamente habilitados para fazer aquilo a que nos propomos.
A nossa preparação e experiência acumulada
Queiram ter a certeza absoluta de uma coisa: não fazemos nada que não estejamos altamente treinados e preparados para o fazer. Estamos dentro de uma categoria de profissionais que faz aquilo a que se propõe e promete. Não só dizemos e publicitamos que o fazemos, como de facto o fazemos e é por esta razão, mais uma, que mostramos o que fazemos nos nossos vídeos.
A outra razão, é porque pura e simplesmente, os nossos seguidores e pacientes nos pediam para mostrarmos. E em abono da verdade, da parte dos que não querem ver, que respeitamos de igual forma, porque não conseguem ou porque pura e simplesmente não querem, reserva-se-lhes o legitimo direito de não ver, bastando para isso não abrir os filmes ou imagens com conteúdos de tratamentos e de cirurgias mais explicitas.
Sempre o velho preconceito
Quando falamos em Turismo Médico, uma das primeiras coisas que nos vem à cabeça, é o preconceito. O preconceito sobre o desconhecido; o preconceito sobre a deslocação a um outro local, o preconceito sobre o paciente ser consultado por uma Equipa altamente especializada; o preconceito sobre a novidade; o preconceito só porque sim. No princípio, quando há uns anos se começou a debater esta temática em Portugal, todos nós também tivemos este preconceito.
A seleção natural
Como em tudo na vida, quem não evolui, desaparece. Faz-nos lembrar um pouco quando em 2010 ocorreu em Portugal, por parte da Ordem dos Médicos Dentistas, a obrigatoriedade da legalização de todas as Clínicas e estabelecimentos de Medicina Dentária, conheci várias situações de colegas mais velhos do que eu e outros não tão velhos que pura e simplesmente preferiram fechar a clínica e ir trabalhar para clínicas de outros colegas do que estar a modernizar as instalações, adequá-las aos nossos dias.
Tudo evolui, assim como o próprio conceito de paciente/cliente, com a devida carta dos seus direitos e deveres sempre salvaguardada para ambas as partes. Longe vão os tempos em que existia muito pouca oferta no mercado nacional para tratamentos de Medicina Dentária. Situações havia em que nem sequer era uma médico dentista ou um médico estomatologista a realizar os tratamentos dentários.
Desde usurpadores de títulos e funções, a curiosos, a criminosos, todos tinham lugar na algazarra de ilegalidades que era a prática da Medicina Dentária nos tempos da “outra Senhora”. E nesses tempos, como existia muito pouca oferta, cada clínica tinha muitíssimos pacientes, e se insatisfação houvesse ou falta de controlo de qualidade, o fim era sempre o mesmo: se não regressar este paciente, estão mais trinta à porta à espera de consulta.
E no meio de tanta atrocidade, de tanta ilegalidade, de tanto tratamento feito às “três pancadas” (o que ainda se reflete nos pacientes mais velhos que nos chegam hoje em dia às nossas Clínicas) quanto menos se falasse, quanto menos publicidade houvesse, quanto menos se mostrasse o que se fazia, melhor.
NOTE BEM!
Não estou a querer dizer, nem sequer com ironia ou de forma dissimulada que antigamente não se sabia trabalhar e que não haviam grandes médicos e profissionais, muito pelo contrário. Existiam também em grande número muitos usurpadores de títulos e funções, porque não havia o controlo rigorosos que hoje a nossa Ordem dos Médicos Dentistas exerce.
Quem nunca ouviu a história da clínica onde o dono falecia ou se reformava e ficava a assistente a dar consultas? Ou a história do dentista com a 4ª classe que vinha da tropa e arrancava uns dentes? Ou do técnico de laboratório, o famoso “mecânico dos dentes” que também dá uns jeitos na boca, sem que a lei o permita?
Factos Históricos na Medicina Dentária em Portugal
Convém não esquecer, ou apenas recentrar o tema, de que a primeira Licenciatura em Medicina Dentária em Portugal data do início dos anos 80 e que a nossa Ordem dos Médicos Dentistas, outrora ligada à Ordem dos Médicos, data de 1998.
Portanto, é tudo ainda muito recente, muito jovem, do ponto de vista histórico e desta forma podemos dizer que a própria Ordem tem vindo a crescer e a aprender com os próprios médicos dentistas, e nós com a Ordem, na interpretação destes novos tempos e de toda esta nova Era da digitalização e das redes sociais.
E com isto, esta nossa geração de Médicos Dentistas Portugueses em actividade é do mais diferenciado, do mais especializado que já alguma vez tivemos. Prova disso é a quantidade de profissionais lusos que são muito bem aceites noutros países que requisitam os nossos profissionais, onde existe excesso, para outros países onde existe falta.
E com estas excelentes valências, Portugal e os seus Médicos Dentistas, tornaram-se o destino perfeito para o Turismo Médico, conciliando as qualidades indiscutíveis do nosso País que todos conhecemos com as qualidades dos Médicos Dentistas.
E para aqueles que não nos conhecem, resta-nos a publicidade, o dar a conhecer o nosso trabalho, sempre de forma correcta, cordial, sem comparação desleal entre colegas, sem mentira, falsidade, sem prometer coisas que não se sabem se resultam, ou que determinado profissional não sabe fazer, mas usa como “isco” ou publicidade enganosa.
E por todas estas razões e mais que não cabem agora neste curto texto, acredito sinceramente que devemos publicitar o nosso trabalho, aquilo que fazemos bem e muitas vezes, naqueles tratamentos a que dedicamos grande parte da nossa actividade profissional. Cada Médico Dentista segue o seu caminho, não somos todos iguais, somos uma profissão, uma especialidade médica muito polimórfica, muito heterógena e é por isso que expomos os resumos dos nossos curricula também no nosso site com a nossa fotografia, sem segredos, sem vergonha, muito pelo contrário, com muito orgulho.
O preconceito como pecado capital
Imaginemos que em vez de Turismo Médico, lhe chamaríamos Tratamento Médico Internacional. Com um pouco de sorte, registo este nome como sociedade internacional e não faltariam membros a querer pagar quotas para poderem dizer que fazem parte da Sociedade Portuguesa para o Tratamento Médico Internacional. Como tudo na vida, por vezes é uma questão de como colocamos os nomes nas coisas.
Resumindo e concluindo
E para terminar temos que, como Médicos e donos de Clínicas, como empresários, saber criar as condições de segurança, qualidade, conforto e rigor clínico para que um paciente que nos visita de fora, consiga sentir-se em casa.
Para nós CERO, turismo médico, não quer dizer apenas que recebemos clientes de nacionalidade estrangeira e fora de Portugal. Não! Além destes, recebemos os nossos pacientes e compatriotas que se encontram no estrangeiro, assim como recebemos os nossos compatriotas de outras cidades de Portugal que não só de Lisboa ou Almada. E para os nossos pacientes vizinhos das clínicas, serão igualmente bem tratados e bem vindos assim como os que nos visitam de mais longe.
Em jeito de despedida e em tom de brincadeira, fica aqui a garantia de que não funcionamos como alguns estabelecimentos no nosso país que se dedicaram tanto ao Turismo, que nos apresentam o cardápio em várias línguas menos em português e nos tratam mal por não sermos turistas, no nosso próprio País!!!… A democracia e a igualdade de direitos são respiradas nas nossas Clínicas do Cero como em qualquer País de direito.
E queremos que o turismo médico como o chamam, não seja visto com tanta negatividade e complexos, sabe Deus do quê, porque em última análise está sempre nas nossas mãos fazermos o trabalho bem feito, com rigor, profissionalismo e seriedade.
Damos acompanhamento e apoio desde o aeroporto, ao hotel, às consultas.
Com consultas preparadas para serem em menor número, consultas alargadas em tempo, e em vez de os pacientes virem à clínica 6 ou 7 vezes, fazemos períodos de uma manhã ou de uma tarde e a nossa equipa com todas as especialidades da Medicina Dentária, dedica-se de forma holística a cada paciente, tornando o seu sorriso único, adaptado às suas expectativas e condicionantes anátomo-fisiológicas.
Até breve e não se esqueçam de serem felizes. Apesar de tudo, sorrir não dói…
Se for o caso, se o facto de sorrir lhe provoca dor, náusea, ou desequilíbrio, consulte o seu médico dentista…
Até uma próxima oportunidade!